Mercosul e Aliança do Pacífico

Em 2014 participei em Cali, na Colombia, de uma das primeiras reuniões realizadas pelos países que integram a Aliança do Pacífico. Participei na condição de convidado, como Representante Geral do Mercosul.
Naquele ano alguns integrantes dos dois blocos já consideravam um início de aproximação. Já era evidente que uma maior integração entre esses dois mecanismos poderia resultar, no médio prazo, em maiores fluxos comerciais e de investimentos, além de incrementar a competitividade devido a uma maior escala de produção em diferentes setores.
Somados, os países do Mercosul e da Aliança do Pacífico contam com um extraordinário mercado consumidor, que já se aproxima de 500 milhões de habitantes. Além disso, alguns dos principais países da Aliança do Pacífico, o Chile, a Colombia e o Perú, já possuem acordos de livre comércio com o Mercosul, aliás bastante abrangentes, o que permite afirmar que com esses já temos, a rigor, uma área de livre comércio.
Nos últimos anos ocorreram avanços em encontros também sobre outros temas, incluindo facilitação de comércio, investimentos, comércio eletrônico, direitos de consumidores, dentre outros.
Seria também muito importante um maior empenho em integração produtiva, processo de fundamental importância para a consolidação de fluxos comerciais permanentes.
Neste ano a aproximação entre os dois blocos ganhou um novo estágio com o encontro de presidentes  que ocorreu paralelamente à 13a. edição da Cúpula da Aliança do Pacífico, realizada na cidade mexicana de Puerto Vallarta.
Com isso a aproximação intensificou-se em momento particularmente importante, já que vivenciamos e somos também atingidos pela guerra comercial deflagrada por medidas protecionistas norte-americanas e retaliações de outros países.
Este talvez seja o melhor momento para que os governos abandonem muitas das divergências ideológicas que existem na América do Sul, até porque continuarão sempre existindo, e adotem maior pragmatismo nas decisões vinculadas a comércio exterior e investimentos. Com isso poderemos ter uma maior união dos países latino-americanos, que estarão mais fortalecidos para enfrentar esta difícil fase do comércio internacional.
Ivan Ramalho - 18/09/2018

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