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A Indústria na Exportação

O Brasil conta com uma indústria bastante diversificada. Somos hoje um país industrializado e produtor de bens da mais alta tecnologia. Muitos dos setores industriais brasileiros são intensivos na contratação de mão de obra industrial. São geradores de empregos estáveis e bem remunerados e estão presentes em grande número de estados, aspecto de extraordinária importância neste momento de alto índice de desemprego. Mas a participação da indústria brasileira no PIB tem apresentado sensível redução e hoje alcança cerca de 10%, ou seja, a cada dia a indústria tem uma importância menor no contexto geral de nossa economia. O mesmo ocorre na exportação: os produtos industrializados se limitam a cerca de 30% de nossa pauta de exportação, situação que faz com que o Brasil prossiga sendo ainda muito dependente de alguns poucos produtos básicos. Por outro lado, um olhar mais otimista sobre nossa pauta de exportação revela que já são muitos os produtos industrializados, inclusive de alta tecnologi

Diversificação do Comércio Exterior

No início deste mês foram divulgados pela SECEX os resultados do comércio exterior brasileiro em 2021. Apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas interna e externamente, a Balança Comercial apresentou muitos pontos positivos. O mais importante foi o resultado global, tendo em vista que a corrente de comércio recorde alcançou a faixa de US$ 500 bilhões (US$ 499,8 bilhões precisamente), com exportações de US$ 280,4 bilhões e importações de US$ 219,4 bilhões. Foi igualmente expressivo o saldo comercial de US$ 61 bilhões. Esses resultados consolidam nosso país como um dos principais participantes do comércio internacional. O Brasil possui sistema de monitoramento e divulgação do comércio exterior moderno e tempestivo desde a implantação do SISCOMEX. A SECEX e a Receita Federal estão sempre aprimorando esse sistema, inclusive investindo em novos procedimentos, permitindo assim análises amplas sobre os mais diferentes ângulos. O Portal do Comércio Exterior é um bom exemplo disso. Mas apesa

Pragmatismo no Mercosul

Hoje se realiza mais uma reunião dos Chefes de Estado do Mercosul, quando a presidência pró-tempore será transferida da Argentina para o Brasil. Ontem ocorreu a reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum, órgão decisório para inúmeras questões relevantes do bloco.  O Brasil acaba de divulgar o resultado de sua Balança Comercial do primeiro semestre de 2021. Foi um semestre no qual não faltaram ácidas críticas ao Mercosul, tanto de autoridades como de analistas independentes, sempre vinculadas a tarifas de importação e negociações internacionais.  Mas a resposta parece ter vindo com resultado bastante eloquente, mostrando que o maior crescimento das exportações brasileiras no período ocorreu exatamente para o Mercosul, alcançando 49%, percentual bastante superior ao registrado nas vendas para as demais regiões do mundo. Apenas isso já seria suficiente para que no Brasil fosse atenuado esse crescente antagonismo que assistimos hoje, sem dúvida decorrente de posições ideológicas, e qu

Em Defesa do Mercosul - 2

Foi recentemente divulgado pela SECEX - Secretaria de Comércio Exterior o resultado da Balança Comercial no primeiro semestre de 2021. Mais uma vez o Brasil alcançou expressivo superávit devido a exportações de US$ 136,7 bilhões e importações de US$ 99,2 bilhões. Esse resultado mostra sensível recuperação do comércio exterior brasileiro.. As exportações cresceram para todas as regiões do mundo, mas o resultado mais expressivo foi alcançado  no Mercosul. As exportações brasileiras para o Mercosul cresceram 49%, superando o crescimento registrado em todas as demais regiões: Oriente Médio (44%), Ásia (37%), América do Norte (32%), Europa (27%)  e África (20%). As vendas para o Mercosul também continuaram mantendo a mesma qualidade da pauta, ou seja, prevalecendo as vendas de produtos industrializados, majoritariamente manufaturados de alto valor agregado, diferentemente do que ocorre nas vendas para as demais regiões do mundo, quando prevalecem os produtos básicos.  Em resumo, o resultado

Negociações Independentes no Mercosul

Há vários anos o Uruguai defende a possibilidade de conduzir negociações internacionais independentes do Mercosul, acreditando que com isso poderá concluir acordos que possibilitem uma maior exportação de seus produtos para outras regiões. A posição defendida pelo Uruguai é compreensível, já que aquele país é majoritariamente produtor de básicos e tem produção residual de manufaturados. Em um processo de negociação independente o Uruguai estará plenamente a vontade para ofertar redução de alíquotas, ou seja da TEC - Tarifa Externa Comum, para ampla gama de manufaturados. Mais recentemente, o governo brasileiro passou a apoiar a proposta uruguaia, defendendo negociações internacionais independentes. Muitos acreditam que a não conclusão de acordos internacionais seria culpa do bloco. O Mercosul é muitas vezes tratado como uma "trava" para a conclusão de negociações que poderiam ampliar nosso comércio exterior e até mesmo atrair investimentos. O apoio do Brasil a essa proposta m

Em Defesa do Mercosul

Em recente entrevista concedida à jornalista Eliane Oliveira, publicada no jornal O Globo (18/3), o Embaixador da União Européia no Brasil, Ignacio Ybánez, destacou que o crescimento do desmatamento na Amazônia pode impedir a ratificação do acordo entre o Mercosul e a União Européia. O Embaixador também salientou que o desmatamento não afeta só os ativos ambientais no Brasil, mas também a imagem de produtores e empresas. Essa vem a ser mais uma prova de que não se pode culpar exclusivamente o Mercosul, ou mesmo os demais países que integram o bloco, pela não conclusão de acordos comerciais, em especial este que é um dos mais importantes e desejados acordos e que vem sendo negociado já há vários anos. Esta não é a primeira vez que o Brasil sofre críticas na Europa que acabam por dificultar as negociações de um acordo com os europeus. Também em governos anteriores o Brasil enfrentou críticas, inclusive vinculadas a questões ambientais, oriundas principalmente de opositores europeus e set

Inoportuna Redução de Tarifas

Processos de abertura comercial são defensáveis em situação de normalidade, quando o nível de desemprego não é tão alto como agora. São frequentes as manifestações de autoridades da área econômica favoráveis a uma ampla redução das tarifas de importação vigentes no Mercosul, com o propósito de ampliar o grau de abertura da economia brasileira. Trata-se de promover redução da TEC - Tarifa Externa Comum, já que o Brasil não pode, individualmente, alterar as tarifas do Mercosul. É necessário um acordo, um entendimento entre os quatro estados-membros, e no Brasil se enfatiza hoje que um processo de redução contaria com o apoio do Uruguai e do Paraguai, enquanto a Argentina estaria apresentando forte resistência. As tarifas mais altas vigentes no Mercosul, que de fato oferecem proteção, são principalmente as referentes aos produtos industriais, em sua maior parte produzidos no Brasil e na Argentina. De modo geral contemplam setores intensivos na contratação de mão-de-obra, como confecções,