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Mostrando postagens de maio, 2021

Inoportuna Redução de Tarifas

Processos de abertura comercial são defensáveis em situação de normalidade, quando o nível de desemprego não é tão alto como agora. São frequentes as manifestações de autoridades da área econômica favoráveis a uma ampla redução das tarifas de importação vigentes no Mercosul, com o propósito de ampliar o grau de abertura da economia brasileira. Trata-se de promover redução da TEC - Tarifa Externa Comum, já que o Brasil não pode, individualmente, alterar as tarifas do Mercosul. É necessário um acordo, um entendimento entre os quatro estados-membros, e no Brasil se enfatiza hoje que um processo de redução contaria com o apoio do Uruguai e do Paraguai, enquanto a Argentina estaria apresentando forte resistência. As tarifas mais altas vigentes no Mercosul, que de fato oferecem proteção, são principalmente as referentes aos produtos industriais, em sua maior parte produzidos no Brasil e na Argentina. De modo geral contemplam setores intensivos na contratação de mão-de-obra, como confecções,

A Argentina na nossa Balança Comercial

O resultado de abril recomenda diálogo permanente e colaborativo com a Argentina Nesta semana foi divulgado o resultado da Balança Comercial brasileira do mês de abril, que apresentou alguns recordes muito importantes e expressivo superávit, superior a US$ 10 bilhões. O crescimento das exportações foi da ordem de 50%, chegando a US$ 26 bilhões. O crescimento registrado pelo nosso comércio exterior deve-se a diferentes razões: aumento das quantidades exportadas para diferentes regiões do mundo e aumentos expressivos de preços em algumas categorias de produtos. Foi expressivo o crescimento para nossos principais parceiros comerciais, como a China (mais 55%), os Estados Unidos (mais 33%) e a Argentina, que registrou o maior crescimento, da ordem de 88%. Esse grande crescimento para a Argentina é particularmente importante devido a características específicas da nossa relação comercial. A primeira delas, seguramente a mais importante, é a qualidade da pauta de nossas exportações, que inclu

Pragmatismo no Comércio Exterior

Com o Itamaraty sob novo comando, seria oportuno considerar que a frequente alternância de poder nos países sul-americanos recomenda pragmatismo Diante do quadro atual da pandemia do coronavirus,  a economia mundial continuará enfrentando muitas dificuldades, com consequências  negativas sobre o comércio internacional. Hoje enfrentamos até mesmo restrições a viagens internacionais. O cenário pós pandemia é preocupante e a retomada de posições no mercado internacional será bastante mais difícil, pois os países compradores estarão também enfrentando queda de demanda. Aqui na América do Sul, em quase todos os países tem sido frequente a alternância de poder. Como sabemos, o Brasil mudou e tem hoje um governo de direita. Mas a Argentina também mudou recentemente, com a esquerda voltando ao poder. No Uruguai a esquerda esteve no poder por longo período, mas tem agora um governo de direita. Também o Chile, grande parceiro comercial brasileiro, tem alternado com frequência. A Bolivia realiz