O exemplo do acordo com o Chile

Uma das últimas iniciativas do governo Temer, no âmbito do comércio exterior, certamente foi a assinatura em novembro do acordo de livre comércio com o Chile.
Há várias décadas o Brasil vem tendo 3 grandes e importantes parceiros comerciais na América do Sul: Argentina, Chile e Venezuela.
A Argentina enfrenta um período de dificuldades econômicas, implantando um forte ajuste que tem levado a uma redução das importações. Como principal parceiro comercial da Argentina, o Brasil está sendo muito prejudicado. As exportações em 2018 somaram US$ 14,9 bilhões,  com queda de 15,5%. Como  se trata da nossa maior compradora de produtos manufaturados, a redução do comércio impacta produtos de maior valor agregado.
Por outro lado, é notório que a profunda crise política e econômica da Venezuela quase dizimou o comércio bilateral. Há dez anos o Brasil exportava mais de US$ 5 bilhões por ano para a Venezuela, com expressivo superávit comercial. Agora as exportações anuais caíram para cerca de US$ 500 milhões, uma redução extraordinária, da ordem de 90%.
Com isso, o acordo de livre comércio com o Chile, com o qual mantemos corrente de comércio que se aproxima de US$ 9 bilhões,  chegou em um momento importante. Diante das dificuldades apresentadas em outras frentes, a eliminação de tarifas de importação proporcionada pelo novo acordo será fator de estímulo a novos negócios e os dois países assumiram compromissos em outras áreas, incluindo facilitação de comércio, comércio eletrônico, serviços, propriedade intelectual e telecomunicações. É muito provável que também proporcione crescimento dos investimentos bilaterais.
Trata-se de um bom exemplo a ser considerado em futuras negociações comerciais. Um bom caso a ser considerado é o México. Agora que o Brasil já tem o livre comércio de veículos com aquele país, é um excelente momento para a negociação de um acordo mais abrangente, que possa levar o intercâmbio bilateral, hoje restrito a US$ 9,5 bilhões anuais,  a um nível de fato condizente com as duas maiores economias latino-americanas.



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