Exportar para pequenas economias - o Suriname como exemplo.

O Suriname é um bom exemplo para uma maior diversificação das exportações brasileiras. As pequenas economias são dezenas e somadas podem superar alguns dos nossos principais parceiros atuais.

O Suriname é um país vizinho do Brasil. É o menor país da América do Sul e faz fronteira com o estado do Pará.
Ainda na condição de Representante Geral do Mercosul, tive a oportunidade de visitar por mais de uma vez a sua capital, Paramaribo, uma bela cidade cujo centro histórico é patrimônio mundial da UNESCO.
No Suriname sempre me impressionei com a quantidade de tradings chinesas e ampla oferta de produtos industrializados asiáticos. E também com a ausência de manufaturados brasileiros.
O PIB do Suriname é da ordem de US$ 8 bilhões. Tem uma população estimada em 550 mil habitantes e renda per capita de US$ 6 mil. Possui um índice de desenvolvimento humano (IDH) de 0,725, classificado pela ONU como país de alto desenvolvimento humano, no mesmo grupo do Brasil.
Trata-se de país que poderia ser melhor explorado pelos nossos exportadores de manufaturados, principalmente porque a economia do Suriname produz exclusivamente produtos básicos, como ouro, bauxita e alumínio.
Em 2017 o Brasil exportou para o Suriname US$ 34 milhões. Em 2018 exportou os mesmos US$ 34 milhões, ou seja, o comércio está estagnado e tem baixo volume em se tratando de um país vizinho.
Esta questão do Suriname poderia estimular uma reflexão relevante: são muitas as pequenas economias, de alguma forma semelhantes ao Suriname, igualmente não produtoras e dependentes da importação de produtos manufaturados produzidos em larga escala pelo Brasil.
São 20 pequenos países somente na América Central, alguns com economia em franco desenvolvimento. Também são muitos em outros continentes, como Ásia e África.
A indústria brasileira enfrenta fase de inegáveis dificuldades, sem registro de crescimento interno e com sérias dificuldades no comércio com algumas grandes economias, devido ao protecionismo e também crises econômicas em parceiros importantes como a Argentina.
Um maior empenho na promoção comercial em pequenas economias pode representar uma atenuante considerável neste momento, além de permitir uma maior diversificação de nossa pauta de exportações.
Ivan Ramalho



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